segunda-feira, 19 de abril de 2010

Um assobio em formação

Silene alba

Depois de seca, a flor era colhida pelas crianças e usada como assobio (Vila Real).

Fonte: " Flora de Brincadeiras", Tartaruga Editora

domingo, 18 de abril de 2010

Os relógios


Erodium

Esta planta produzia os relógios para as brincadeiras. Espetada na roupa, a semente rodava tal qual os ponteiros de um relógio.

Vacas de favas


Já que as favas estão aí, recordo que, no dia da abertura da exposição "Raiz de brinquedo", fui informado de uma brincadeira que se realizava no Alentejo, mais propriamente em Serpa, por uma visitante dessa localidade. Tratava-se de uma manada de vacas, feitas com favas. Os seus membros eram pequeninos paus de esteva. Numa curta pesquisa pela blogosfera, encontrei também este riquíssimo testemunho, situado na Fajã Grande, Açores, pela mão do autor do blog "picodavigia.blogs.iol.pt":


" As vacas de fava eram construídas geralmente no tempo em que o gado andava no “oitono”, ou seja, durante os meses da Primavera. À tardinha, enquanto os nossos progenitores e os outros homens, agrupados em função das proximidades das terras onde tinha o gado amarrado à estaca, aguardavam, em amena cavaqueira, a hora da ordenha e enquanto os animais ruminavam a última “cordada”, ou porque as houvesse ali por perto ou porque as fôssemos procurar mais além, apanhávamos algumas vagens de fava, escolhendo as mais compridas e grossas e as que julgávamos de maior beleza estética. Depois arranjávamos quatro “fochos”, cortávamo-los todos do mesmo tamanho e “falquejávamo-los” numa das extremidades. Eram essas extremidades que depois espetávamos no bordo mais côncavo da fava ou seja do lado em que o pé da mesma se curvava, de maneira a simular o focinho do animal, enquanto os pauzinhos espetados representavam as mãos e os pés. Depois descascávamos uma outra fava, escolhíamos um grão que prendíamos entre as pernas da vaca recém-criada, a fazer de “mojo”, e cujo tamanho variava consoante queríamos uma vaca acabadinha de parir ou uma gueixa alfeira. Aos bois era-lhes espetado um pequeno “focho” na barriga a imitar o falo. Finalmente dois “fochos” no lado da fava que representava a cabeça e estava um animal perfeito, com o qual brincávamos durante alguns dias apenas, pois as favas tinham um prazo de validade bastante limitado."

Excerto extraído do endereço:
http://picodavigia.blogs.iol.pt/tag/jogos-e-brincadeiras/

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Mel

Salvia microphyla
Lamium maculatum

Mais mel para a pequenada, a fazer concorrência às abelhas.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Árvore das patacas e o fruto cofre

Ainda é muito utilizada a expressão “Árvore das patacas” como sinónimo de negócio fácil e chorudo, mas também aplicada para se evitar o desperdício “Julgas que isto é alguma árvore das patacas?” Então qual a origem desta expressão e qual a árvore que lhe dá suporte? É, com certeza, mais uma expressão que radica no caminho das índias, uma vez que esta árvore ( Dillenia indica) é originária da Índia e trazida para o Brasil, como outras plantas, no reinado de D. João VI.
A designação popular de Árvore da Pataca residirá numa particularidade dessa árvore, em que as extremidades da flor se fecham sobre a mesma para a formação do fruto. Assim, qualquer objecto que aí se coloque, durante a fase da formação do fruto, ficará para sempre no seu interior. Segundo dizem, D. Pedro I terá colocado várias moedas (patacas) em várias flores. Depois dos frutos formados, enviou-as numa caixa para Portugal, com a inscrição: "Nesta terra o dinheiro nasce em árvores". Pelos vistos acharam piada ao fenómeno, e outras pessoas divertiam-se com “esta surpresa” dos frutos.
Na Índia, as suas folhas são usadas como copos ou pratos, enquanto a madeira é utilizada para lenha. Já os frutos, enquanto verdes, são cozidos para fazer “picles”. No Panamá, o fruto maduro é comido e utilizado na doçaria. No Brasil, as folhas e flores são utilizadas em ornamentações. A época de floração situa-se entre Março e Maio, daí que lhe chamem também Flor-de-Abril.

Folhas e frutos da Dillenia Indica, nos jardins do Museu Imperial, Petrópolis, Rio de Janeiro ( Julho de 2005)
A árvore das patacas ou Flor de Abril. Museu Imperial. Petrólis, R.J. (2005)
Fonte:
http://www.fazendasantagertrudes.com.br/roteiro/roteiro03_dir.html

Artesanato ecológico

Artesanato de Vera Bruno ( Leiria). Estas bonecas, fotografadas numa feira medieval em Vila Real, em 2009, foram confeccionadas com elementos do carvalho e eucalipto. As fibras do cabelo são pintadas com essências naturais extraídas de plantas.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bolinhas de azeite

Ranunculus repens
Estas pequeninas flores de um amarelo brilhante, Botão-de-de ouro, que crescem geralmente junto da quaresma (Saxifraga granulata), representavam, na culinária infantil transmontana ( Torre de Moncorvo), as bolinhas de azeite.