quinta-feira, 29 de abril de 2010

Atelier do brinquedo natural

As crianças dos Jardins de Infância de Torre de Moncorvo visitaram a exposição "Raiz de Brinquedo" e participaram num atelier de construção de um brinquedo. Esta actividade realizou-se nos dias 23, 26 e 27 de Abril de 2010 e, certamente, ficará presente na memória destas crianças, como se gravassem o seu nome no tronco de uma árvore. Desde já, o meu agradecimento à Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo por esta iniciativa. As crianças agradecem e pagam-no com um sorriso.
Assim, também se atinge o objectivo desta exposição.






Fotografias gentilmente disponibilizadas pela Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.

terça-feira, 27 de abril de 2010

O "stique" ecológico

Couve - galega.



A bola e o "stique".

Em Alpendorada, por altura da sementeira da batata, arrancavam-se muitas couves velhas, na preparação do terreno de cultivo. De entre os muitos caules de couve (os tronchos) arrancados e dispostos numa "rima" a secar, para combustível da lareira, as crianças escolhiam alguns que mais se aproximavam da forma de um stique. Depois, com uma laranja verde, praticavam a modalidade de hóquei em campo, embora lhe chamassem hóquei em patins.

domingo, 25 de abril de 2010

Defesa do carvalho e com o carvalho

Maçã-cuca. Esta espécie de maçã deve-se a um mecanismo de defesa do carvalho devido à picadela de um insecto, colocando um ovo intruso no interior da casca. As crianças utilizavam este " fruto" nas suas brincadeiras (Trás-os Montes), como se tratase de uma normal maçã.

Por outro lado, em Ecos Humorísticos do Minho, Camilo lembra-nos que uma vara de carvalho ou de marmeleiro fazia parte da cultura do barrosão : " O barrosão, quando quer bater ou evitar que lhe batam, estona um esgalho de cerquinho ou marmeleiro, põe-o de molho três dias e três noites em uma poça e depois experimenta-lhe a elasticidade nos joelhos próprios, e, se é forçoso, nas costas alheias."

sábado, 24 de abril de 2010

Jogos com pinhões


"Os rapazes já escaldavam as pinhas para lhes descelularem os pinhões que hão-de jogar e comer na noite de Natal."
Camilo Castelo Branco, in Ecos Humorísticos do Minho

Os Bugalhos de Camilo

"No ponto mais sadio da floresta abriram um pântano, destruindo uma fonte cristalina, onde o leitor, talvez em criança, se deliciasse a ver rolar os bugalhos à tona da água."

Camilo Castelo Branco, in Ecos Humorísticos do Minho


"Acocoravam-se ambos, em pequenitos, nos regos de água a fazer moinhos de bugalhos e navios de cascas de bolotas."

Camilo Castelo Branco, in Narcóticos


sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sepioila




flor que me rouba as
palavras
e as desfaz em pétalas
a suster esse olhar
fixo
de uma breve essência
ensina o homem
a diluir-se em ti

Dia Mundial do Livro

O descanso da leitura.

Dia da Terra


A voz à natureza.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Soldado Capela Cabeça de Beringela


As couves

Morugem ( Stellaria media )
"Agora, vai lá apanhar as couves para o caldo". Assim brincavam as crianças, na simulação da preparação das refeições com os "ingredientes" naturais que as rodeavam. Neste caso, as pequenas folhas da morugem eram as couves necessárias para o caldo. ( Torre de Moncorvo)

Um assobio em formação

Silene alba

Depois de seca, a flor era colhida pelas crianças e usada como assobio (Vila Real).

Fonte: " Flora de Brincadeiras", Tartaruga Editora

domingo, 18 de abril de 2010

Os relógios


Erodium

Esta planta produzia os relógios para as brincadeiras. Espetada na roupa, a semente rodava tal qual os ponteiros de um relógio.

Vacas de favas


Já que as favas estão aí, recordo que, no dia da abertura da exposição "Raiz de brinquedo", fui informado de uma brincadeira que se realizava no Alentejo, mais propriamente em Serpa, por uma visitante dessa localidade. Tratava-se de uma manada de vacas, feitas com favas. Os seus membros eram pequeninos paus de esteva. Numa curta pesquisa pela blogosfera, encontrei também este riquíssimo testemunho, situado na Fajã Grande, Açores, pela mão do autor do blog "picodavigia.blogs.iol.pt":


" As vacas de fava eram construídas geralmente no tempo em que o gado andava no “oitono”, ou seja, durante os meses da Primavera. À tardinha, enquanto os nossos progenitores e os outros homens, agrupados em função das proximidades das terras onde tinha o gado amarrado à estaca, aguardavam, em amena cavaqueira, a hora da ordenha e enquanto os animais ruminavam a última “cordada”, ou porque as houvesse ali por perto ou porque as fôssemos procurar mais além, apanhávamos algumas vagens de fava, escolhendo as mais compridas e grossas e as que julgávamos de maior beleza estética. Depois arranjávamos quatro “fochos”, cortávamo-los todos do mesmo tamanho e “falquejávamo-los” numa das extremidades. Eram essas extremidades que depois espetávamos no bordo mais côncavo da fava ou seja do lado em que o pé da mesma se curvava, de maneira a simular o focinho do animal, enquanto os pauzinhos espetados representavam as mãos e os pés. Depois descascávamos uma outra fava, escolhíamos um grão que prendíamos entre as pernas da vaca recém-criada, a fazer de “mojo”, e cujo tamanho variava consoante queríamos uma vaca acabadinha de parir ou uma gueixa alfeira. Aos bois era-lhes espetado um pequeno “focho” na barriga a imitar o falo. Finalmente dois “fochos” no lado da fava que representava a cabeça e estava um animal perfeito, com o qual brincávamos durante alguns dias apenas, pois as favas tinham um prazo de validade bastante limitado."

Excerto extraído do endereço:
http://picodavigia.blogs.iol.pt/tag/jogos-e-brincadeiras/

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Mel

Salvia microphyla
Lamium maculatum

Mais mel para a pequenada, a fazer concorrência às abelhas.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Árvore das patacas e o fruto cofre

Ainda é muito utilizada a expressão “Árvore das patacas” como sinónimo de negócio fácil e chorudo, mas também aplicada para se evitar o desperdício “Julgas que isto é alguma árvore das patacas?” Então qual a origem desta expressão e qual a árvore que lhe dá suporte? É, com certeza, mais uma expressão que radica no caminho das índias, uma vez que esta árvore ( Dillenia indica) é originária da Índia e trazida para o Brasil, como outras plantas, no reinado de D. João VI.
A designação popular de Árvore da Pataca residirá numa particularidade dessa árvore, em que as extremidades da flor se fecham sobre a mesma para a formação do fruto. Assim, qualquer objecto que aí se coloque, durante a fase da formação do fruto, ficará para sempre no seu interior. Segundo dizem, D. Pedro I terá colocado várias moedas (patacas) em várias flores. Depois dos frutos formados, enviou-as numa caixa para Portugal, com a inscrição: "Nesta terra o dinheiro nasce em árvores". Pelos vistos acharam piada ao fenómeno, e outras pessoas divertiam-se com “esta surpresa” dos frutos.
Na Índia, as suas folhas são usadas como copos ou pratos, enquanto a madeira é utilizada para lenha. Já os frutos, enquanto verdes, são cozidos para fazer “picles”. No Panamá, o fruto maduro é comido e utilizado na doçaria. No Brasil, as folhas e flores são utilizadas em ornamentações. A época de floração situa-se entre Março e Maio, daí que lhe chamem também Flor-de-Abril.

Folhas e frutos da Dillenia Indica, nos jardins do Museu Imperial, Petrópolis, Rio de Janeiro ( Julho de 2005)
A árvore das patacas ou Flor de Abril. Museu Imperial. Petrólis, R.J. (2005)
Fonte:
http://www.fazendasantagertrudes.com.br/roteiro/roteiro03_dir.html

Artesanato ecológico

Artesanato de Vera Bruno ( Leiria). Estas bonecas, fotografadas numa feira medieval em Vila Real, em 2009, foram confeccionadas com elementos do carvalho e eucalipto. As fibras do cabelo são pintadas com essências naturais extraídas de plantas.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bolinhas de azeite

Ranunculus repens
Estas pequeninas flores de um amarelo brilhante, Botão-de-de ouro, que crescem geralmente junto da quaresma (Saxifraga granulata), representavam, na culinária infantil transmontana ( Torre de Moncorvo), as bolinhas de azeite.

domingo, 11 de abril de 2010

Chupa - mel


A soagem ou chupa-mel, com o nome científico de Echium plantagineum, agora em flor, eram os favinhos de mel na tradição infantil de Trás-os-Montes.

cão rolha e com rolha

Uma simples rolha, 5 pausitos, um fio de sisal e um bugalho: cão feito.


Vaso de cortiça com flor de liquidambar.

sábado, 10 de abril de 2010

Raiz de Brinquedo - Centro de Memória - Torre de Moncorvo

A exposição " Raiz de Brinquedo", que dá continuidade à Exposição " Flora de Brincadeiras", foi hoje aberta ao público e estará disponível aos visitantes, no Centro de Memória de Torre de Moncorvo, até ao mês de Maio. Aproveite a oportunidade.
Momentos da montagem da exposição.



Os brinquedos suscitam memórias e memórias...

O carinho pelos animais.


Podem fotografar à vontade!



As bonecas cativam sempre.


As fotografias como folhas destas" raizes do brinquedo".



Para o amigo Daniel Descomps que anuncia esta exposição no seu blogue e lhe deseja sucesso.

Num excelente texto sobre o processo criativo, Daniel Descomps, amavelmente, refere-se ao meu trabalho em http://jouet-rustique.blogspot.com/2010/04/la-famille-zozio.html
Reportagem da exposição também em

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Alto Douro Vinhateiro

Escultura fotografada na montra de uma loja de comércio tradicional, em Vila Real, em 2005.
É interessante a composição obtida a partir de tronco e varas de videira.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Trigo dos Pardais e Raiz de Brinquedo

No próximo Sábado, pelas 15.00 horas, será apresentado o livro " O Trigo dos Pardais" de Isabel Mateus, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo. Por sua vez, a Exposição de Brinquedos naturais " Raiz de Brinquedo" de João P. V. da Costa ilustrará as palavras da escritora, no Centro de Memória.


Brasil em Trás-os-Montes

Fotografado em 3-3-2010, em Torre de Moncorvo.

quinta-feira, 1 de abril de 2010